29 de nov. de 2011

Universidade abre portas para a mobilidade estudantil

Novos horizontes, experiências e conceitos podem ser conquistados em um pequeno setor dentro da UFS por quem procura ampliar o conhecimento e abrir a mente para o mundo

Por: Keizer Santos e Luciana Maria Nascimento Santos

A mobilidade acadêmica internacional já é realidade na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Há alguns anos a procura por esta modalidade vem crescendo em razão do aumento da oferta de projetos de intercâmbio intermediados pela Coordenação de Assuntos Internacionais e de Capacitação Docente e Técnica (Cicadt). No entanto, apesar de existir há mais de dez anos, o setor ainda é pouco conhecido entre os estudantes de graduação, lamenta a coordenadora, Renata Mann, pós-doutora em Agronomia e professora adjunta da Universidade.

A Cicadt é um setor subordinado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), que foca o seu trabalho em assuntos internacionais (mobilidade, intercâmbio e convênios) e na capacitação de docentes e técnicos. O setor utiliza  o portal da UFS para divulgar todos os eventos e programas que engloba. Também solicita divulgação dos programas, junto com seus respectivos editais, à Assessoria de Comunicação (Ascom) e ao Departamento de Administração Acadêmica (DAA). Todos os anos são divulgados editais para bolsas em projetos internacionais, mas não existe periodicidade para o lançamento dessas seleções.

A procura por intercâmbios quase dobrou em Sergipe nos últimos dois anos. Mas é elevado o número de estudantes que esbarram na prova de proficiência de língua estrangeira, um dos problemas que fazem com que o  índice de contemplados no estado ainda seja tímido.  A procura pela mobilidade de alunos dos cursos da área tecnológica também aumentou, segundo Renata Mann. A coordenadora acredita que a demanda cresceu por conta de incentivos do governo federal em fomentar o campo da pesquisa em tecnologia.

Para os estudantes de graduação, a possibilidade de conseguir um intercâmbio não é árdua. Os pré-requisitos são um bom índice de rendimento (a média ponderada  não pode ser inferior a sete) e um comprovante de proficiência da língua do país ao qual se deseja estudar. Na UFS, não há entrevista. Os estudantes que almejam fazer intercâmbio e apresentam esses requisitos com a documentação requerida nas datas previstas têm altas chances de obter aprovação na UFS. Contudo, caso seja um programa maior ou aberto a todo Brasil, posteriormente deverá competir com os demais estudantes concorrentes a vagas em uma universidade no exterior.

Uma experiência para a vida
Os programas de intercâmbio, além de promover um crescimento profissional, proporcionam uma experiência para toda a vida. Segundo a professora Renata Mann, na maioria dos casos, o contato com outras culturas provoca mudanças positivas no estudante, que vão além da aquisição de novos conhecimentos.

 “Só em sair daquele lugar em que você está acostumado para morar em outro, seja uma nova cidade, um novo estado ou um novo país, a gente sempre ganha. Então, dentro do próprio país você já abre a mente, o que dirá se você sair do seu país e viver em outro, tendo acesso a outra cultura, a outro modo de viver, outro modo de lidar com coisas cotidianas? Tem coisas que são boas e  outras que são ruins, mas você abre a sua mente, os seus horizontes. A sua capacidade de percepção se amplia, muda. Então isso é uma experiência que não dá para medir.”

A coordenadora acredita que todo estudante de graduação deveria viver isso. De preferência no começo da graduação, quando há um aproveitamento muito melhor do que no final do curso. O estudante que consegue a chance de estudar fora não ficará sozinho longe de casa por um ano, tempo do intercâmbio. A Cicadt realiza o acompanhamento dos estudantes que estão no exterior através de relatórios. As redes sociais também contribuem para a troca de experiências entre estudantes envolvidos, direta ou indiretamente, no intercâmbio.

Programas Erasmus e Brafitec
A CICADT não dá oportunidades apenas aos estudantes de graduação, mas também aos formados que desejam ter títulos de mestre e doutor. O Programa Erasmus Mundus, existente desde 2004, consiste numa cooperação em educação superior entre países da Europa e de outros continentes. O programa oferece bolsas para estudantes e docentes que visam obter titulação de mestrado ou doutorado em uma das instituições vinculadas ao programa.
A Universidade também possui convênio com o Brafitec (Brasil/França Ingénieur Technologie), principal programa de mobilidade acadêmica internacional na UFS. Seu principal objetivo é a cooperação bilateral em estudos dentro das especialidades das engenharias. O projeto é consolidado pelos ministérios da Educação da França e do Brasil; pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e pelas universidades francesas de Marseille, Lille e Orleans.

Para o estudante de Engenharia Mecânica Henrique Prado Santos, estudar na França foi a maior e mais enriquecedora experiência da sua vida: “Sair de casa para ficar um ano fora era uma ideia louca pra mim, eu não me via longe de meus pais. Lá cheguei e me deparei com a França. Tudo era absolutamente novo. A cada dia tinha uma coisa nova: amigos, aulas, estrangeiros, outros brasileiros, etc. Foi fantástico! Na minha vida tudo mudou, como mudamos normalmente na verdade, só que lá, o ritmo de mudanças era mais acelerado! Não tinha muito que pensar, era fazer!”.

Outro estudante de Engenharia Mecânica da UFS que foi a França, Vinícius Salomão também afirma que foi uma experiência fantástica. “Tudo era novidade, das pessoas à modernidade que o país demonstrava.” Ele acredita que o intercâmbio lhe proporcionou uma grande mudança, pois fez com que repensasse seus conceitos e o modo como lida com a vida. Vinícius ressaltou que voltou mais motivado para alcançar seus objetivos e com muitos planos para o futuro.

Por conta dessas experiências que proporciona, Henrique Prado define a Cicadt como um setor de extrema importância na UFS, pois faz com que os alunos não fiquem presos à realidade do estado e descubram o novo.

Convênios internacionais
A UFS mantém convênios com dezenas de instituições internacionais. São universidades situadas no Canadá, Espanha, México, Argentina, Peru, França e Portugal. Os dois últimos detêm o maior número de convênios. Também possui convênio com universidades brasileiras como as federais de Goiás (UFG), Piauí (UFPI) e Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul.

Segundo a coordenadora Renata Mann, os estudantes da Universidade Federal de Sergipe, em sua maioria, procuram por países de língua oficial espanhola ou portuguesa. Também houve um crescimento na procura de estudantes estrangeiros pela UFS, sobretudo franceses e portugueses. Entre as razões que os estrangeiros alegam para optarem pela instituição é por estar localizada no Nordeste, região diferente do Sul e Sudeste, que têm uma grande descendência de países europeus. Além disso, o clima é muito mais aceitável, pois a maioria não gosta do clima frio do país em que vive, por estar localizada na litoral e por ter uma cultura muito diversificada e interessante.

Para saber mais: A Cicadt funciona no Centro de Vivência da Universidade e pode ser contatada pelo e-mail cicadt@ufs.br ou pelo telefone (79) 2105-6495.

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