29 de nov. de 2011

Laboratórios de informática geram conflitos

Departamento de Comunicação conquista e organiza espaços informatizados, mas demanda ainda é maior

Por Marília Santos e Taiene Rodrigues

Nos últimos dois anos, alunos e professores do Departamento de Comunicação Social (DCOS) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) têm se mobilizado, de diversas formas, pela melhoria das condições de ensino e trabalho nas três habilitações do curso: Jornalismo, Publicidade Propaganda, e Audiovisual. Em quase todas as manifestações, o principal alvo das reclamações tem sido as precárias condições dos laboratórios de ensino, especialmente os de informática. No entanto, também há queixas de maus tratos dos equipamentos e instalações existentes pelos alunos. Afinal, quem tem razão?

Atualmente o Departamento conta com três espaços laboratoriais informatizados: dois situados na Rádio UFS e a Sala 16 do prédio do CEAV - Centro de Estudos Áudio Visuais (sic). Ao todo são 52 computadores em funcionamento, utilizados em disciplinas laboratoriais como Planejamento Visual em Jornalismo, Laboratório de Jornalismo Impresso, Laboratório em Mídia Digital, Fotojornalismo, Fotografia Digital, Criação Publicitária, entre outras. Além disso, as aulas práticas são fundamentais para a garantia de uma boa formação superior dos discentes de Comunicação Social.

“Labinfos”
De acordo com a política de utilização dos laboratórios de informática (“labinfos”) do DCOS, somente têm acesso alunos que estão matriculados em disciplinas de professores que solicitam as salas para suas aulas, já que estas são dedicadas exclusivamente às disciplinas que precisam fazer uso da conexão com a internet ou de programas específicos, como editores de imagem e de páginas. Mas tanto professores quanto alunos se queixam de que os espaços são pequenos e das condições precárias de funcionamento dos equipamentos.

Segundo o técnico de informática responsável pela manutenção dos “Labinfos” (que pediu para não ter seu nome citado), todos os computadores estão funcionando normalmente e a grande maioria  está conectada à Internet. Além disso, segundo ele, a completa interligação dos computadores à rede está em processo de finalização. O técnico diz que existem algumas necessidades em termos de equipamentos para os laboratórios que já foram identificadas e solicitadas. Ele aponta que as solicitações feitas com mais frequência pelos professores são: reparo e/ou substituição de computador que parou de funcionar, instalação de aplicativos e falha no acesso à Internet.

Na prática, as atribuições de um técnico de laboratório de informática envolvem manter os computadores e seus sistemas funcionando, bem como a instalação de softwares e hardwares. Os princípios dessa rotina seriam instalar e manter os sistemas operacionais e programas nos computadores em perfeitas condições de uso, dar suporte técnico aos professores, zelar pela conservação e manutenção dos equipamentos e verificar com antecedência o funcionamento dos equipamentos que serão utilizados em aula pelos professores e usuários. Quando não for possível resolver eventuais problemas, o técnico deve encaminhá-los para o CPD - Centro de Processamento de Dados.

O funcionário técnico do DCOS garante que faz manutenção dos computadores dos laboratórios de informática diariamente. No entanto, há vários problemas que escapam a essa rotina. É visível o déficit de equipamentos em relação ao tamanho das turmas, e de componentes e suprimentos como adaptadores de tomadas três pinos e cabo de rede para conectar computadores à internet. CPUs com pouco tempo de uso (compradas em licitações pelo preço mais baixo) estão com a entrada USB queimadas e cadeiras que estão danificadas. Faltam também fones de ouvido e caixas de som, instalação de novos sistemas operacionais, que estão defasados, além de antivírus atualizado e alguns programas específicos.

Faltam fiscalização e manutenção preventiva

Dafnne Victoria do Nascimento, estudante do 4º período de Jornalismo, acredita que tanto a Universidade  quanto os alunos têm culpa pela situação dos laboratórios. A UFS, porque “não fiscaliza seu patrimônio, que tem sido covardemente deturpado, de forma a prejudicar muitos estudantes”. Os alunos, “porque não se conscientizam da importância de cuidar e preservar um patrimônio que é todos”. Dafnne considera necessário haver uma fiscalização frequente e também que a Universidade atue de forma enérgica, “punindo severamente o responsável pela destruição do patrimônio”.

Carlos Eduardo Franciscato, professor que utiliza a Sala 16 nas aulas de Laboratório em Jornalismo On-line, reclama da pouca eficiência da UFS para gerir sua infraestrutura de rede, mas ressalta que os problemas estão nos serviços de apoio do Centro de Processamento de Dados (CPD), que é muito fraco, demora para resolver qualquer problema e quando vai não resolve, dizendo que está faltando cabo de rede, material que é de consumo próprio para a prestação de suporte à Universidade. No entanto, Franciscato reconhece que é difícil um CPD eficiente, que dê suporte de qualidade a toda a universidade.

O CPD é responsável pela implementação da política de tecnologia da informação e comunicação da UFS, prestando suporte às atividades acadêmicas e administrativas, criação e adaptação de sistemas, distribuição e manutenção de equipamentos. Para um usuário ser atendido pelo CPD é necessário a abertura de um SOS (solicitação de ordem de serviço) de manutenção, disponível no portal da Universidade, no qual o solicitante descreve o problema do equipamento que está apresentando defeito. Depois do chamado aberto, a logística de trânsito com os equipamentos danificados fica a cargo do departamento solicitante. Só depois disso é que os técnicos de rede avaliam as peças para o concerto.

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