29 de nov. de 2011

Agronomia planta casas de vegetação no Campus

Por Silas Brito Silva e Pedro Henrique

Desde o ano passado começaram a aparecer, nos fundos do Campus de São Cristóvão da UFS, coberturas “estranhas”. Mas para alunos e professores de Engenharia Agronômica trata-se, apenas, de cinco novas estufas, de diferentes gêneros, que estão substituindo as antigas, cujas estruturas inadequadas  já não comportavam as demandas do curso.
As também chamadas “casas de vegetação” foram construídas em 2010 e são equipadas com sistemas de irrigação, nebulização, termômetros, além de programas de computador que a cada meia hora analisam todas as operações, propiciando melhor desempenho aos trabalhos de pesquisa dos alunos do curso de Agronomia e outros. Essas pesquisas fazem parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e de projetos que trazem recursos para Universidade, e são divididas por gêneros: plantas orgânicas: (helicônicas/ antúrio/ bastão do imperador/ copo de leite/  orquídeas); plantas medicinais e aromáticas  (vetiver/ paticholi/ sambacaitá/ manjericão/ gerânio/ erva cidreira); e agricultura: (cana-de-açúcar/ pinhão manso).

Compartilhamento
As estufas são usadas apenas para fins acadêmicos, em projetos, pesquisas e experimentos. Não há nenhum prestação de serviço à comunidade, segundo Bruno Santos Nascimento, do oitavo período de Agronomia, para quem os alunos poderiam fornecer alimentos para o Restaurante Universitário (Resun). “Além de ser uma fonte de conhecimento prático, também iria incentivar os estudantes a terem melhor alimentação, sem falar nos gastos que seriam cortados ao substituírem alguns alimentos que são comprados e enviados pelo governo”, ponderou.
Não há uma grande produção nessas casas de vegetação devido aos limites da estrutura que a Universidade proporciona. Segundo o chefe do departamento de Agronomia, Laerte Marques da Silva, no ano passado foram montadas duas estufas climatizadas, que custam em média R$ 80 mil cada. “Com elas, realizamos um trabalho controlado. Como algumas culturas não suportam altas temperaturas de certo período do ano, podemos trabalhar com experimentações agrícolas nessas condições o ano todo.” O professor ressaltou a importância das estufas para diversos cursos. “Nós temos um problema de estrutura na Universidade, e sabemos que há outros departamentos em que falta estrutura, então a gente tem uma colaboração com outros cursos, como Zootecnia, Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola.”

Controvérsia
No entanto, apenas alguns alunos do curso de Engenharia Agrícola disseram estar satisfeitos com o uso e as condições das estufas. Dois alunos do último período de Zootecnia afirmaram nunca terem usado as estufas e a estudante de Engenharia Florestal Sheila Patrícia Santos Feitosa, do 6° período, disse que seus colegas só utilizam as estufas se quiserem pesquisar alguma planta específica de outros cursos.

“Não há nenhuma prestação de serviços à comunidade, o que é produzido lá não é fornecido a ninguém. Falta manutenção, pois faltam pessoas para cuidar e encarregados pela limpeza. Lá é tudo desorganizado”, criticou. Outros alunos questionaram que, se a demanda vai aumentar, será preciso mais estufas e melhorar as condições das que já existem, pois a universidade está se expandido.

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