6 de jun. de 2011

Lania Ribeiro

Assistente social acredita que ajudar ao próximo é sua missão
Por Emily Lima


Há 22 anos trabalhando dia após dia para viabilizar mais dignidade a vida de moradores de Barra dos Coqueiros, a assistente social Lania Ribeiro, 43, é voluntária no centro comunitário sócio-cultural da cidade, local onde são desenvolvidos vários projetos com crianças, jovens, adolescentes e idosos. Lania dedica grande parte de sua vida a este projeto, pois além de trabalhar durante todos esses anos, ela diz que em alguns dias fica a trabalho durante 12 horas, entretanto trabalhar é uma realidade que já a acompanha há muito tempo.


Em sua adolescência, apesar de receber auxílio financeiro de seu pai, optou por trabalhar para realizar sua vontade de obter independência financeira e conquistar coisas das quais almejava. Lania passou a desenvolver trabalhos como vender roupas e doces feitos por ela mesma; e afirma que tais experiências foram muito proveitosas, pois, além do financeiro, o fato dos trabalhos realizados terem contato direto com pessoas, acabou lhe ensinando como lidar com elas. O que com o passar do tempo se revelou como um enorme prazer, influenciando na formação de sua personalidade.

Aos poucos essas características ficaram mais evidentes principalmente ao conhecer seu marido, foi nesta época que Lania se tornou voluntária do Centro Comunitário de Barra dos Coqueiros, uma vez que sua sogra já desenvolvia trabalhos no local. Como voluntária procurou ajudar de todas as maneiras possíveis, como: cursos de pintura, bordado, e culinária. A paixão pelo serviço comunitário aumentava a cada dia, o desejo de ajudar era cada vez mais evidente pra ela, foi quando resolveu buscar por uma formação que pudesse ajudar ainda mais a instituição.
Formou-se no curso de serviço social e tal formação lhe trouxe a oportunidade de fazer o projeto crescer, seu conhecimento e facilidade em lidar com ações que pudessem trazer novos cursos para o local e o aperfeiçoamento dos já existentes, possibilitaram o início de novos horizontes para instituição. A então, assistente social tornou-se gestora do projeto, desenvolvendo trabalhos voltados para diversas faixas etárias.

A diferença de idade dos participantes no projeto revela mais um traço da personalidade de Lania, sua preocupação em ver mantida uma boa estruturação familiar. A família é uma das coisas mais prezadas por ela, sua preocupação em desenvolver o respeito de uma geração por outra, foi o motivo de sua escolha por trabalhar com as diversas faixas etárias. “misturar as gerações da muito certo, pois assim é possível haver uma valorização humana, como o entendimento de que hoje sou criança ou jovem, mas futuramente serei idoso”. Declara Lania.

A assistente social tem a pretensão de promover uma rede de proteção familiar, este é seu foco, por isso a instituição além de promover reuniões de planejamento do familiar, tenta viabilizar a possibilidade de ter o filho, a mãe, os avós, todos no mesmo espaço, até mesmo trabalhando juntos, como no caso dos grupos folclóricos de reisado e samba de coco, onde avós e netos dançam juntos.

A busca por ver a comunidade de Barra dos Coqueiros bem, é notável, pois além de todos esses projetos, a assistente social buscou algo que pudesse ajudar ainda mais, não só os participantes de projetos, mas a população como um todo, então depois de dez anos de projetos, espera e tentativas, conseguiu criar a rádio comunitária, sendo a primeira do local. A idéia da rádio surgiu em uma reunião e era algo que ela nunca havia pensado, mas ao perceber a viabilidade de dar mais voz à população, e promover mais uma maneira de participação dos jovens, Lania lutou para conseguir criá-la, e hoje diz que a rádio foi um sonho realizado.

Apoio a comunidade fora do centro comunitário:

Tendo a facilidade em fazer amigos como mais uma qualidade atribuída, a assistente social conseguiu fazer com que através de suas amizades fosse possível notar mais uma vez o seu desejo em beneficiar as pessoas sempre que lhe é possível. A partir de alguns encontros profissionais com médicos, ela conseguiu estabelecer bons relacionamentos que resultaram em um novo jeito de ajudar a comunidade. A assistente social passou promover o encaminhamento de algumas pessoas para atendimento médico; ao vê-las a procurando, e passando por dificuldades, ela não hesitou e passou a auxiliar a alguns moradores sempre que possível.

Por todos esses motivos Lania é tida em sua cidade como um ponto de amparo a comunidade, por isso trabalha duro, no entanto ela diz que este é um trabalho que dar muito prazer e satisfação, declarações fáceis de serem confirmadas apenas ao vê-la super falante, e com sorriso aberto ao almoçar com todos os voluntários, ou ao vê-la sem conseguir conter as lágrimas ao revelar a alegria que tem em ver um jovem que já foi do Centro, empregado no mercado de trabalho.
O desejo de ajudar ao próximo parece ter vindo em seu DNA, pois a assistente social revela que se não tivesse essa formação, sua outra opção seria o curso de direito público, ela acredita que se doar ao outro é a sua missão e ela procura disseminar esse seu jeito “sempre digo aos meus filhos, fazei o bem sem olhar a quem”declara Lania Ribeiro.

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