17 de set. de 2013

Leitura: um caminho no combate ao analfabetismo

Segundo especialistas, a alfabetização não é desenvolvida apenas pelos métodos convencionais, mas também através de uso de atividades de leitura e escrita nas práticas sociais das pessoas

De Aracaju.
Por Helena Sader e Lorena Freire.


A alfabetização é articulação de mecanismos de escrita e leitura como forma de desenvolvimento da aprendizagem de jovens e adultos. Critério fundamental na medição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), as taxas de analfabetismo analisadas pela ONU, elevam ou atenuam o grau de desenvolvimento das nações. 

O hábito da leitura é um importante agregador na construção da alfabetização. No Brasil, porém, esse costume acaba por representar índices que apontam para um declínio dessa atividade intelectual. Pesquisa feita pelo Instituto Pró-livro, em parceria com o Ibope inteligência, revela que a população leitora brasileira - que leu ao menos um livro nos três meses que antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões de pessoas (55% da população estimada), em 2007, para 88,2 milhões pessoas (50%), em 2011. 

Ainda segundo a pesquisa, em 2011 houve uma queda de pelo menos um 1,5 livros por criança. Em 2007, crianças entre 5 e 10 anos, liam 6,9 livros, enquanto que em 2011, jovens na mesma faixa etária liam 5,4 livros. 

O Brasil, em sua condição de país emergente, ainda enfrenta problemas para contornar o analfabetismo e alavancar o crescimento do IDH nacional.  Dados do IBGE, coletados através da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), apontam que em a taxa de analfabetismo no Brasil era de 8,9% em2009 e caiu para 7,9% da população brasileira. Apresentando assim uma queda de 1% ano. Mesmo assim, os números ainda são elevados. E as regiões norte e norte são as que apresentam os piores desempenhos em população analfabeta, respectivamente 9,2% e 15,3% da população analfabeta do país. Resultados que só vêm enfatizar a necessidade de políticas públicas na área da educação.

Gráfico segundo dados da Pnad


O analfabetismo em Sergipe

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pela última vez em 2011 e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que de 2009 para 2011 a taxa de analfabetismo sofreu uma queda em Sergipe.
O Nordeste é a região do Brasil que apresenta os maiores índices de analfabetismo. Mesmo assim, Sergipe apresentou melhora nesse setor da educação. São 193 mil pessoas entre 10 e 14 anos, no Estado. Do total, 10 mil, ou seja, 5,2%, não sabem ler ou escrever.

De 15 a 19 anos, existem 183 mil pessoas em Sergipe. Dessas, cinco mil são analfabetas, o que representa 2,7% da população total. Entre os idosos, o percentual de analfabetismo ainda é alto. São 218 mil pessoas nessa faixa etária, sendo que 97 mil, ou seja 44,5%, não leem ou escrevem.

Quanto à taxa de escolarização, alguns números chamam a atenção. Nota-se que boa parte da população, entre 6 e 14 anos, frequenta as salas de aula, mas esse percentual é reduzido quando se trata de pessoas com idade entre 15 e 17 anos. Segundo dados do Pnad, das 348 mil habitantes com idade entre 6 a 14 anos – com idade para frequentar o Ensino Fundamental –, 342 mil ou 98,1% estão na sala de aula. Já das 111 mil pessoas com idade entre 15 e 17 anos – com idade para frequentar o Ensino Médio –, a porcentagem é relativamente menor. Do total, 93 mil ou 83,3% dos adolescentes estão nas escolas.  

Os números são ainda menores quando se trata de Ensino Superior. Das 269 mil pessoas com idade entre 18 e 24 anos, apenas 85 mil estão em salas de aula. Apenas 31,5% da população com essa faixa etária aparece em cursos ou pré-vestibulares.

Dados sobre o analfabetismo em Sergipe, segundo o IBGE



Leitura infantil em Sergipe

“Eu gosto de ler. A professora disse que é bom pra a gente melhorar nos acentos e na pontuação”. Palavras do pequeno Lucas, de 8 anos, que estava com sua turma do Colégio Jardins, em visita à Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar (Biafa), unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Os alunos da professora Valdelice Silva, do 3º ano do Ensino Fundamental, fizeram visita à Biblioteca Infantil e demonstraram grande satisfação.

Para a professora Valdelice Silva, é importante que as crianças saiam do seu ambiente convencional de aprendizado e possam buscar novas formas de conhecimento. “No colégio, nós temos as salas de leitura. Mas aqui as crianças podem ter contato com um outro ambiente e isso pode ajudá-las na leitura”, afirma Valdelice.

A diretora da Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar, Cláudia Stocker, também destaca a importância do ambiente para a leitura do aluno, principalmente se for uma criança. “Aqui nós temos videoteca, gibiteca, brinquedodeca e biblioteca. Tudo para fazer a criança se sentir confortável e colaborar no aprendizado dela”, afirma Cláudia.

Atividades infantis como contações de histórias fazem parte da programação regular da Biblioteca, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h,na Rua Dr. Leonardo Leite, s/n, no Bairro 13 de julho, em Aracaju/SE. 


Confira as fotos da visita dos alunos do Colégio Jardins à Biafa



Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar

Parte do acervo da biblioteca

Gibiteca 

Brinquedoteca

Livrinhos de cordel presentes da biblioteca

A guia da biblioteca explica os locais em que a biblioteca é dividida e o que fazer em cada local

Crianças procuram gibis para lerem nabiblioteca

Crianças leem gibi

Aluna do Jardins lê gibi na Biblioteca

Crianças se espalham pela gibiteca

Confortáveis, alunos do Jardins se espalham pela gibiteca

Parte do acervo de livros infantis

Parte de acervo de livros infantis

Sala de colorir da biblioteca

Parte do acervo de gibis a gibiteca

As crianças ganharam livros infantis ao fim da visita à bilioteca

(Fotos: Helena Sader)





Um comentário:

Claudia Stocker disse...

Excelente Matéria!!!! Parabéns.