Segundo especialistas, a alfabetização não é desenvolvida apenas pelos métodos convencionais, mas também através de uso de atividades de leitura e escrita nas práticas sociais das pessoas
De Aracaju.
Por Helena Sader e Lorena Freire.
A alfabetização é articulação de mecanismos de
escrita e leitura como forma de desenvolvimento da aprendizagem de jovens e
adultos. Critério fundamental na medição do IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano), as taxas de analfabetismo analisadas
pela ONU, elevam ou atenuam o grau de desenvolvimento das nações.
O hábito da leitura é um importante agregador na construção
da alfabetização. No Brasil, porém, esse costume acaba por representar índices
que apontam para um declínio dessa atividade intelectual. Pesquisa feita pelo
Instituto Pró-livro, em parceria com o Ibope inteligência, revela que a
população leitora brasileira - que leu ao menos um livro nos três meses que
antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões de pessoas (55% da população
estimada), em 2007, para 88,2 milhões pessoas (50%), em 2011.
Ainda segundo a pesquisa, em 2011 houve uma queda de pelo menos um 1,5
livros por criança. Em 2007, crianças entre 5 e 10 anos, liam 6,9 livros,
enquanto que em 2011, jovens na mesma faixa etária liam 5,4 livros.
O Brasil, em sua condição de país emergente, ainda enfrenta problemas para
contornar o analfabetismo e alavancar o crescimento do IDH nacional. Dados do IBGE, coletados através da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), apontam que em a taxa de analfabetismo no Brasil era de 8,9% em2009 e caiu para 7,9% da população brasileira. Apresentando assim uma queda de
1% ano. Mesmo assim, os números ainda são elevados. E as regiões norte e norte são as que apresentam os piores desempenhos em
população analfabeta, respectivamente 9,2% e 15,3% da população analfabeta do
país. Resultados que só vêm enfatizar a necessidade de políticas públicas na
área da educação.
Gráfico segundo dados da Pnad
O
analfabetismo em Sergipe
A Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pela última vez em 2011 e pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que de 2009 para
2011 a taxa de analfabetismo sofreu uma queda em Sergipe.
O Nordeste é a região do Brasil
que apresenta os maiores índices de analfabetismo. Mesmo assim, Sergipe
apresentou melhora nesse setor da educação. São 193 mil pessoas entre 10 e 14
anos, no Estado. Do total, 10 mil, ou seja, 5,2%, não sabem ler ou escrever.
De 15 a 19 anos, existem 183 mil pessoas em Sergipe.
Dessas, cinco mil são analfabetas, o que representa 2,7% da população total.
Entre os idosos, o percentual de analfabetismo ainda é alto. São 218 mil
pessoas nessa faixa etária, sendo que 97 mil, ou seja 44,5%, não leem ou
escrevem.
Quanto à taxa de escolarização, alguns números chamam a atenção. Nota-se que boa parte da população, entre 6 e 14 anos, frequenta as salas de aula, mas esse percentual é reduzido quando se trata de pessoas com idade entre 15 e 17 anos. Segundo dados do Pnad, das 348 mil habitantes com idade entre 6 a 14 anos – com idade para frequentar o Ensino Fundamental –, 342 mil ou 98,1% estão na sala de aula. Já das 111 mil pessoas com idade entre 15 e 17 anos – com idade para frequentar o Ensino Médio –, a porcentagem é relativamente menor. Do total, 93 mil ou 83,3% dos adolescentes estão nas escolas.
Os números são ainda menores quando se trata de Ensino
Superior. Das 269 mil pessoas com idade entre 18 e 24 anos, apenas 85 mil estão
em salas de aula. Apenas 31,5% da população com essa faixa etária aparece em
cursos ou pré-vestibulares.
Dados sobre o analfabetismo em Sergipe, segundo o IBGE
Leitura
infantil em Sergipe
“Eu
gosto de ler. A professora disse que é bom pra a gente melhorar nos acentos e
na pontuação”. Palavras do pequeno Lucas, de 8 anos, que estava com sua turma
do Colégio Jardins, em visita à Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar
(Biafa), unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Os alunos da
professora Valdelice Silva, do 3º ano do Ensino Fundamental, fizeram visita à
Biblioteca Infantil e demonstraram grande satisfação.
Para
a professora Valdelice Silva, é importante que as crianças saiam do seu
ambiente convencional de aprendizado e possam buscar novas formas de
conhecimento. “No colégio, nós temos as salas de leitura. Mas aqui as crianças
podem ter contato com um outro ambiente e isso pode ajudá-las na leitura”,
afirma Valdelice.
A
diretora da Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar, Cláudia Stocker,
também destaca a importância do ambiente para a leitura do aluno,
principalmente se for uma criança. “Aqui nós temos videoteca, gibiteca,
brinquedodeca e biblioteca. Tudo para fazer a criança se sentir confortável e
colaborar no aprendizado dela”, afirma Cláudia.
Atividades
infantis como contações de histórias fazem parte da programação regular da
Biblioteca, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h,na Rua Dr.
Leonardo Leite, s/n, no Bairro 13 de julho, em Aracaju/SE.
Biblioteca Infantil Aglaé Fontes de Alencar
Parte do acervo da biblioteca
Gibiteca
Brinquedoteca
Livrinhos de cordel presentes da biblioteca
A guia da biblioteca explica os locais em que a biblioteca é dividida e o que fazer em cada local
Crianças procuram gibis para lerem nabiblioteca
Crianças leem gibi
Aluna do Jardins lê gibi na Biblioteca
Crianças se espalham pela gibiteca
Confortáveis, alunos do Jardins se espalham pela gibiteca
Parte do acervo de livros infantis
Parte de acervo de livros infantis
Sala de colorir da biblioteca
Parte do acervo de gibis a gibiteca
As crianças ganharam livros infantis ao fim da visita à bilioteca
(Fotos: Helena Sader)
Um comentário:
Excelente Matéria!!!! Parabéns.
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