Por Demétrius Vinícius e Leilane Coelho
O número de
brasileiros que mudaram de Estado tem diminuído nos últimos anos, segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Levando em
consideração censos realizados entre os anos de 1995 e 2010 pôde ser percebido
um decréscimo de 11% no número de pessoas que mudaram o Estado de residência.
O Nordeste em contrapartida tem registrado uma
melhora no seu fluxo migratório. A região que ficou caracterizada pela grande
evasão para os grandes centros do país, agora controla melhor seu fluxo,
chegando até a atrair imigrantes. Os estados nordestinos, tanto em 200 quanto
em 2010, apresentaram as maiores proporções de retornados, passando de 40% do
total de imigrantes na maioria de seus estados, com exceção do Rio Grande do
Norte e Sergipe.
SALDO MIGRATÓRIO POR GRANDES REGIÕES – 2000 /
2004 / 2009
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2000
|
2004
|
2009
|
|
Norte
|
62.685
|
63.741
|
- 35.159
|
Nordeste
|
- 764.048
|
- 86.587
|
- 187.869
|
Sudeste
|
458.587
|
- 215.308
|
-12.415
|
Sul
|
- 19.195
|
34.586
|
98.853
|
Centro-Oeste
|
261.971
|
203.568
|
136.590
|
Fonte:
IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009
Sergipe,
menor estado nordestino, registrou uma eficácia migratória de 2000 até 2009.
Índice de Eficácia
Migratória de Sergipe
|
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2000
|
2004
|
2009
|
-0.0442
|
0.0290
|
0.0157
|
Fontes: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios 2004 e 2009; Censo Demográfico 2000.
Nota: O Índice de Eficácia Migratória varia entre -1 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior a capacidade de absorção de população. Ao contrário, quando o indicador for próximo de menos 1, significa maior evasão populacional. Valores próximos a zero indicam a ocorrência de rotatividade migratória. |
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Fonte:
IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009
O estado tem recebido migrantes de todas as regiões do país
e do exterior. A capital, Aracaju, apresentou um aumento populacional de 23,7%
de 2000 a 2010 segundo o IBGE. Muito desse aumento no Estado é explicado pelo
baixo nível de violência em relação aos outros Estados da região nordestina,
aliado a boa qualidade de vida que a capital oferece. Vítor Braga, alagoano de
29 anos, disse que um dos fatores que fez com que ele se mudasse para Aracaju
foi a oportunidade profissional. Ele também comentou que como a capital é menor
facilita a mobilidade para trabalhar e outros afazeres. Da população total da
cidade cerca de 546.816 tem origem nordestina enquanto outras regiões
apresentam 24. 548 moradores.
A migração sulista também está acontecendo pela a busca por
uma menor concorrência trabalhista que é tida nos grandes centros. Carlos
Franciscato, professor universitário, 46 anos e nascido no Rio Grande do Sul,
comentou que o fluxo de migração de uma região para outra sempre foi comum, e
que a região nordeste está se tornando uma lógica imigração por várias
conveniências. Um fator que dificulta a mudança de uma região para outra, como
do sul para o nordeste, são as altas temperaturas, explicou o professor.
Melhor qualidade de vida, menor concorrência no mercado de
trabalho e mais segurança é o que atrai a maioria dos migrantes para o
nordeste, mas as pessoas ainda tendem a procurar os grandes centros brasileiros
para se estabelecerem.
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