A importância dos investimentos na cultura sergipana, e a
restauração dos patrimônios públicos na
capital.
Kamille Perez e Maria Belfort
A cultura sergipana além de rica possui várias
diversidades, no estado ela encontra-se distribuída nos munícipios, em que o
artesanato, hoje, é uma fonte de renda e um elemento de identidade
sociocultural. Os artesãos produzem as mais variadas peças, em Divina Pastora,
as rendas de bilro, em Poço Redondo; e o bordado tipo Richelieu, em Tobias
Barreto. Também merece destaque a cerâmica, produzida em Santana do São
Francisco, Simão Dias e Itabaianinha. Há, ainda, o artesanato de palha em Brejo
Grande, Pacatuba e Pirambu. A produção de peças de papel em Cumbe. As bonecas
de pano confeccionadas em Nossa Senhora das Dores.
Na capital Aracaju têm equipamentos culturais e de lazer,
a exemplo de museus, galerias de arte, centro de convenções, teatros, praças e
igrejas. Os investimentos na cultura de Sergipe, principalmente na capital vêm
crescendo nos últimos anos. A restauração de prédios públicos para a construção
de centros de culturas passou a ser comum na grande Aracaju. O Museu da Gente
Sergipana, O Palácio Olímpio Camos e o Cine vitória são exemplos dessa reforma
em prol da arte.
O Museu da Gente Sergipana foi feito a partir da restauração
do antigo prédio em que funcionava o colégio Atheneuzinho, que fica na Avenida
Ivo do Prado no centro de Aracaju. Com a doação do prédio para o Banese, em
Outubro de 2009 sob a responsabilidade dele foi iniciado o processo para
restaurá-lo. Foi investido na reforma 22 milhões de reais, e o resultado dessa
reforma é um complexo cultural que reúne passado, presente e futuro, o museu é
grande e com uma boa estrutura, possui diversos recursos interativos e de
multimídia, mostrando as manifestações folclóricas, símbolos, natureza, artes,
história, culinária, festas e costumes da cultura sergipana. Ele é o primeiro
museu de multimídia interativa do Norte/Nordeste e foi o projeto vencedor do
prêmio “O melhor da arquitetura 2012” categoria restauro.
Um ponto turístico, quem visita Aracaju não deixa de
passar no Museu da Gente sergipana para conhecer mais da cultura local, índices comprovam o numero de turistas
de outros estados e ate mesmo de outros países que fizeram uma visita no atheneuzinho
no seu primeiro ano depois de reformado.
Fachada do Museu da Gente
Sergipana
INDICES
DO TURISMO DURANTE O PRIMEIRO ANO DO MUSEU DA GENTE SERGIPANA
Número
de visitantes versus meses do ano
Total
de visitantes de outros países
Outro caso mais recente ainda é o do Cinema Vitória, localizado
na rua Laranjeiras, 307, no centro da
cidade. O Cine Vitória foi inaugurado em outubro de 1934 como ‘Cinema Vitória’,
pertencente à Ação Solidária dos Trabalhadores, ate ser fechado na década de
80. Reaberto na década de 90, juntamente com a “Rua 24 horas” (atualmente rua
do turista), funcionou por pouco tempo e logo fechou.
Um novo espaço do Cine Vitória foi entregue ao publico em
julho de 2013, e o investimento foi uma parceria do Governo de Sergipe com o
Ministério da Cultura (MinC) com a casa Curta-se como administradora. Com preços populares os amantes das artes audiovisuais tem
acesso a mais alta qualidade. Suportando 232 espectadores por sessão, o
investimento na reforma do cinema de rua foi de 272 mil reais e uma estrutura
aconchegante para todos os interessados.
“Tanto os novos como os antigos frequentadores do Cine
Vitória têm apreciado as produções audiovisuais exibidas. Estudantes,
comerciantes e moradores da redondeza estão tendo acesso ao espaço cultural,
que em breve poderá dispor de uma programação especial voltada para públicos
específicos, conforme solicitação dos respectivos usuários. Só no mês de
inauguração do cinema, exibimos dez produções a pedido dos espectadores”,
Destaca Deyse Rocha, diretora geral da casa curta-se e administradora do cinema.
Casos como esses merecem destaques e atenção do governo,
investimentos na cultura do estado é investimento na valorização e na formação
da identidade Sergipana.
Entrada do cinema
vitória na Rua do Turista
O investimento não pode parar, ainda falta a reforma de
vários prédios antigos para a construção da cultura, um desses prédios é o
Museu do Homem sergipano (Muhse),que
está fechado para reforma desde Março de 2012.
O
museu do homem sergipano
Um patrimônio sergipano
esperando por socorro
Fundado em 1976 como órgão suplementar da universidade
federal de Sergipe, o museu da antropologia, mais conhecido como o museu do
homem sergipano guarda os registros e testemunhos da trajetória humana
existente em Sergipe, desde a Pré-História até os dias atuais
fortalecendo questões relacionadas à cidadania e identidade sergipana.
Em 2004 o museu do homem sergipano passou a ocupar o
edifício que funcionou como sede da Escola de Serviço Social, a casa é um
patrimônio cultural do estado de Sergipe e se encontra em decadente estado, um
museu, que serviria para acentuar a cultura e a valorização de Sergipe está em
situação precária e sem prazo para melhoraria.
Fechado desde maio de 2011 e com seu acervo guardado no
Cultart, o prédio antigo se encontra em forma lastimável, com rachaduras por
todos os cômodos e risco de cair. O projeto de restauração do museu, que recebe
investimentos federais, ainda não começou e desde março que estava para
acontecer, enquanto isso, o patrimônio cultural dos sergipanos encontra-se
fechado e em péssimos estados.
Segundo o secretário o qual não quis se identificar, e
que fica responsável pelo museu atualmente, a última diretora do prédio foi a
professora Maria Verônica, que voltou a dar aula na UFS e por isso deixou o
cargo, ele falou que em 2012 já estava pronto todo o projeto de arquitetura
feito pela prefeitura, além disso, ressaltou o descaso do governo para concluir
a obra;
“Tem mais de um ano que o museu fechou para reforma, e
ate agora não começou nada, muitas pessoas ligam querendo marcar visita com
escolas e grupos, mas não temos condições de atender mais ninguém” diz o
secretário do museu.
Rachaduras dentro do museu
Nenhum comentário:
Postar um comentário